PRISIONEIRO
O sol morreu.
Seus raios já não me tocam.
A vida, aos poucos, foge-me sorrateira.
Estou só. Tão só…
Meus pensamentos me atormentam,
o espaço me sufoca.
Agarro, com desespero, os frios metais
que ferem minha liberdade.
Resisto ao vazio que invade meu caminhar.
Já não sei sorrir. Revolta-me a liberdade.
Meus olhos já não vêem o horizonte
Teceu-me dos homens a rede.
Conversar, amar – é um preço muito alto.
Prostitutas sorridentes, mal cheirosas
sussurram ao meu ouvido seu preço.
Despem-se sem pudor.
Deitam-se lascivas, imorais.
Entregam-se impassíveis, sem amor.
Sua carne, também marcada,
cala minha alma.
e.s.